quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Bonequinha de Luxo

"Procura-se um marido rico. Quero dizem, milionário. Se você se encaixa no perfil, entre em contato com Holly Golightly. Se eu não estiver em casa, deixe recado com meu gato. O nome dele é Gato." Anúncio mais estranho, né? Será que dá pra prender na porta da Tiffany's? Bom, vários milionários entram lá....ah não, mas nossa heroína do momento não vai à Tiffany's para "trabalhar".Ela vai para coisas mais agradáveis, como, por exemplo....o café-da-manhã.


Holly não é uma garota comum. Tudo bem, ela quer um casamento rico e ganha a vida por conta da companhia de homens, como muitas na história do cinema. Mas ela é diferente. É um misto de frieza, tristeza, inocência e beleza, que só uma personagem de Truman Capote e interpretada por Audrey Hepburn poderia ter. Sua vida, louca vida inclui visitas semanais a um mafioso na prisão, festas de arromba e a companhia de vários homens ricos, de onde ela tira seu sustento. Mas isso tudo começa a ganhar um novo sentido quando ela conhece Paul Varjak (ou Fred, como ela o chama).

Fred/Paul e Holly logo se tornam amigos de infância. Ela percebe de cara que ele sustenta sua vida de escritor pelo aconchego da carteira de uma ricaça e ele fica ao lado dela no difícil reencontro com Doc (não vou dizer quem ele é para não estragar a surpresa) e quando ela sabe da morte do irmão. Não é difícil imaginar aonde essa cumplicidade toda vai desaguar, não é mesmo? Mas Paul, infelizmente, não é o que Holly procura.....será que dá pra consertar isso?
Esse é um clássico imortal, do começo até o fim. Entre cenas imortais do cinema figuram o café em frente à Tiffany's, Holly cantando "Moon River" (Henry Mancini é um gênio) e a cena final na chuva....e sem falar nela, né....A atuação de Audrey é hipnotizante.


Mas me desculpem rapazes e meninas que não ligam para isso, mas não posso deixar de falar do lado Fashion desse filme (ou ao contrário, estaria negando minha outra paixão). O figurino de Audrey é o mais atemporal do cinema, e continua sinônimo de elegância até hoje. Não há uma revista de moda que já não tenha colocado essas roupas no hall dos clássicos. O vestido preto de abertura, o grego da festa e o rosa colocaram o senhor Hupert de Givenchy sob os holofotes da Moda. Isso sem mencionar as jóias da Tiffany. Com o filme, a caixinha azul com fita branca foi eternizada. A ligação do filme com a joalheria é tão emblemática que se você entrar hoje numa Tiffany's e perguntar se tem alguma coisa lá por menos de 10 dólares (plageando uma fala do filme), eles te dão uma foto da Audrey autografada!

Ah, não posso deixar de falar da parte "brasileira" do filme também: um dos pretendentes de Holly é o Sr. José da Silva Pereira, rico fazendeiro, que promete levá-la ao Brasil. Ela, então, começa a aprender português: "eu acho que você está gostando do açogueiro" foi a única frase que ela conseguiu falar no filme.....

Ficha Técnica
Título original: Breakfast at Tiffany's
Gênero: drama/romance
Tempo de duração: 115 min
Ano de lançamento (EUA): 1961
Estúdio: Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Direção: Blake Edwards
Produção: Richard Shepherd e Martin Jurow
Roteiro: George Axelrod, baseado em livro de Truman Capote
Música: Henry Mancini
Elenco: Audrey Hepburn, George Peppard, Patricia Neal, Buddy Ebsen, Martin Balsam, Alan Reed e Mickey Rooney (por último mesmo, de acordo com o aproveitamento dele no filme rs)







Boa sessão e até a próxima!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Agora seremos felizes

Se hoje eu estivesse com preguiça de escrever, eu só diria isso desse filme: musical da Metro, dirigido por Vincente Minelli e estrelado por Judy Garland. Precisaria dizer mais alguma coisa?
Não, não precisaria. Ahhh, mas eu quero falar sobre esse filme, porque se esse não é um clássico dos musicais, eu não sei mais nada de cinema!

Assim, nós conhecemos a numerosa família Smith: papai, mamãe, um filho, quatro filhas, vovô e a empregada Katie. O ano é 1904 e estamos em St. Louis (ah, pronuncia-se Saint loui, como a caçula Tootie bem corrige o leiteiro). Todos estão muito ansiosos para o acontecimento do século: a Feira Mundial, que logo chegará à cidade. Assim, o telespectador é apresentado à família, ao som de "Meet me in St. Louis", canção oficial da feira, e cantarolada por todos em diferentes partes da casa.


Quem rouba a cena de todo filme, é claro, é Judy Garland, que interpreta a filha, Esther Smith. Já muito empolgada pela chegada da feira, ela ainda por cima se apaixona pelo recém-chegado vizinho, o bonitão John Truett.Cena muito divertida é ela e a irmã jogando charme para o vizinho da varanda, sendo que ele nem é com ele. Esther se levanta, toda posuda, e diz pra irmã com toda pompa e circunstância: "Ele não nos deu a menor confiança".


Mas calma, Esther, você ainda terá muitas chances de conquistar o vizinho distraído. Como o passeio no trooley, por exemplo. Aliás, é esse passeio é que gera a melhor canção do filme: "The Trooley Song" é a queridinha de muitos aficcionados por musicais. Não só ela: "Have yourself a merry little Christmas" (ambas cantadas por Judy) também figura na lista das 100 melhores músicas do cinema de todos os tempos.

E o que falar da pequena Tootie? Essa menina é um passa-hora, como costumava dizer a minha avó. Se já não bastasse todas as confusões que ela apronta, ela ainda faz Esther brigar com John!!Ah, essa não Tootie! Mas tudo se acerta, e todos parecem viver numa eterna felicidade. Até que o pai, o honrado Sr. Smith vem com a notícia: por seu trabalho, a família terá que se mudar para Nova York. Agora essa. Logo quando estava tudo tão bem!E antes deles verem a feira?Bem, como isso termina eu não vou contar pra vocês, porque não sou nenhuma estraga-prazeres, não é?


Esse filme é uma delícia de assistir. E não se atenha só as fabulosas músicas. Certos valores, que andam bem perdidos por esses dias, são bem demonstrados e conservados nesse musical. É um bom entretenimento pra todos, posso garantir. Ahh, a Judy Garland é sempre um ótimo entretenimento em qualquer hora, não é mesmo?

Fofoquinha de bastidores: foi no set desse filme que Vincente Minelli e Judy Garland se conheceram e se apaixonaram. E deu casamento!E deu uma filha...se ligaram quem é?Liza Minnelli, of course! Assistam os extras do dvd que vocês verão uma cena muito fofa dos três!

Ficha Técnica
Título original: Meet me in St. Louis
Gênero: musical
Tempo de duração: 113 min
Ano de lançamento (EUA): 1944
Estúdio: MGM
Distribuição: Warner Home Video
Direção: Vincente Minnelli
Produção: Arthur Freed
Roteiro: Irving Brencher e Fred F. Finklehoffe, baseados em história de Sally Benson
Música: vários compositores, incluindo o próprio produtor do filme, que escreveu "You and I"
Elenco: Judy Garland, Margaret O'Brien, Mary Astor, Lucille Bremer, Tom Drake, Marjorie Main, Leon Ames, Harry Davenport, June Lockheart, Henry H. Daniels Jr., Joan Carroll, Hugh Marlowe, Robert Sully, Chill Wills.

P.s.: Olha, eu adoro Sex and the city, mas como ousa Carrie Bradshaw a desligar a tv na hora de "The trooley song" em Sex ad the city - o filme? É uma pecadora, isso é o que ela é!rs

Boa sessão!! And meet me in St. Louis, Louis, meet me at the fair....

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O Sol é para Todos

Pensei muito para começar este post. É preciso muito cuidado para se falar de "O Sol é para Todos". Isso porque uma escassez de elogios pode não transparecer a imperiosidade do filme, assim como um excesso pode ser tornar muito clichê. Mas mesmo assim, nada do que eu consiga dizer será suficiente para demonstrar pra vocês a magnitude dessa história (só vendo mesmo pessoal).

Eu o vi pela primeira vez não faz muito tempo. Já eram 11 horas da noite de um domingo, hora não muito propicia pra assistir qualquer filme, na minha filosofia (só de pensar que já é quase segunda-feira me dá uma preguiça e uma tristeza fora do normal). Mesmo assim, eu parei pra assistir. Foi tão envolvente e tão reflexivo, que quando terminou (já era segunda-feira) eu ainda fiquei uns 15 minutos parada, olhando para a televisão desligada, só pensando nele. Fui dormir só pensando nele. Pelo o que vocês podem perceber, é um filme impactante.

O filme é narrado pela filha do herói da história, Scout, e se passa em Maycomb, Alabama, quando ela tinha 8 anos de idade, na época da depressão. A narrativa é simplesmente perfeita e muito, muito inteligente. Assim posso demonstrar a vocês com as primeiras linhas dela: "Maycomb era uma cidade velha, mas era uma cidade velha e cansada quando eu a conheci... Não existia pressa, isso porque não se tinha pra onde ir,nada pra comprar e nenhum dinheiro pra comprar nada, nada pra ver além dos limites de Maycomb County. Mas era uma época de um vago otimismo pra certas pessoas: Maycomb County tinha acabado de receber a notícia de que nada deveríamos temer, a não ser o nosso próprio medo."


Assim ela começa a contar sobre seu pai Atticus Finch (a melhor atuação no cinema de Gregory Peck), homem admirável e honrado advogado, que cuidava de seus dois filhos com a ajuda de sua empregada, Calpurnia. Suas pacatas vidas começam a mudar quando Atticus aceita defender um negro, acusado de violentar uma moça branca, numa cidade extremamente racista. E o mais impressionante é que nada no filme demonstra se ele é inocente ou não; o telespectador vive como se fosse um dos jurados do tribunal. Por falar em tribunal, uma das melhores cenas de court drama que eu já vi na minha vida.


A moral de toda a história gira em torno de um comentário de Atticus. Quando seu filho Jem insiste em aprender a atirar, ele explica que deve se aprender em quem se deve atirar. Por exemplo, você pode atirar em corvos, que são maus e destróem as plantações, mas nunca se deve matar um rouxinol, que é bom, e só tra pureza e alegria com seu canto. Daí, você escolhe: quem na história são seus corvos e quem são os seus rouxinóis.

O filme é baseado no livro homônimo de Harper Lee, que ganhou o Pullitzer por ele em 1961. Desde então, o livro virou um clássico americano. Tanto que seu protagonista, Atticus, foi considerado o melhor herói da história do cinema, pelo AFI. Segundo Scout: "Foi em tempos como estes que eu achei que meu pai, que odiava armas e nunca esteve em guerra alguma, era o homem mais corajoso que já viveu."

A eterna história de bem x mal e de que lado devemos ficar é contada no filme de forma simples, mas tocante. Esse é outro filme que eu achava que deveria constar no currículo escolar. É dinheiro muito bem investido comprar o dvd e principalmente, o livro. Se o que eu falei aqui não despertou o interesse de vocês, então me desculpem, eu não deve ter dito o suficiente. Só vejam.

Ficha Técnica
Título Original: To kill a mockingbird
Gênero: drama
Tempo de duração: 129 min
Ano de lançamento (EUA): 1962
Estúdio: Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Direção: Robert Mulligan
Roteiro: Horton Foote, baseado em livro de Harper Lee
Produção: Alan J. Pakula
Música: elmer Bernstein
Elenco: Gregory Peck, John Megna, Frank Overton, Rosemary Murphy, Ruth White, Brock Peters, Estelle Evans, Paul Fix, Collin Wilcox Paxton, James Anderson, Alice Ghostley, Mari Badham, Phillip Alford e, e, e....Robert Duvall (é uma boa surpresa do filme)



Boa sessão (garanto que vocês vão ter)!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A Canção do Sul

Quem não se lembra dessa maravilhosa história?

Quem foi criança até os anos 80 deve lembrar....e até o início dos anos 90 você ainda tinha a chance de assisti-la no Cinema em Casa (só no SBT que passava). Bom, faixas etárias a parte (e eu que não digo onde eu me encaixo aí), quem não viu com certeza tem um pedaço grande a ser preenchido nas suas emoções cinematográficas. Esse filme, pra mim, é und dos mais importantes de toda a história da Walt Disney. Baseada nos livros de Joel Chandler Harris, o filme se passa no interior da Georgia, EUA, após a Guerra civil americana (deep south mesmo né) e conta a história do pequeno Johnny, que é forçado a ir viver com seus avós no interior, após a separação de seus pais. Amargurado com essa situação, o loirinho encontra nas suas travessuras e tentativas frustradas de fugir, a válvula de escape para sua tristeza. A única pessoa capaz de acalmar o menino foi o Tio Rhemus, velho empregado da fazenda, que conta à Johnny e seus amiguinhos Toby e Ginny, contos folclóricos do sul.


E são esses contos que fazem toda a poesia do filme. Tio Remus mergulha nas fabulosas histórias de Coelho, da Raposa e do Urso, numa mistura de animação com realidade que ainda é considerada avançada, até para os padrões de hoje. Quem nunca ouviu a clássica canção "Zip-a-deeh-doo-dah"(Oscar de melhor canção orginal), cantada por tio Remus no meio da fabulosa animação! E cada história contada ajuda os pequenos a enfrentar uma situação adversa. Uma das mais marcantes foi a psicologia reversa utilizada pelo Coelho que, quando capturado pela Raposa e o Urso, começa a gritar: "- Por favor, façam tudo comigo, só não me atirem naquelas árvores ali!". (Esse fato é contado na atração Splash Mountain, do Walt Disney World)

É uma história fantástica mesmo. Mas é com enorme pesar no meu coração que eu digo a vocês que esse clássico não foi disponibilizado nem em VHS, muito menos em dvd. Acontece que o filme foi considerado racista para os padrões da época (juro que eu não lembro de nada no filme que remetesse ao racismo). E por causa disso, os estúdios Disney relegaram a história ao esquecimento. Mas o povo não esqueceu. E uma petição foi entregue com mais de 115000 assinaturas (inclusive a minha), pedindo para o lançamento em dvd do clássico. Desde de 2007, então, a discussão sobre o lançamento se acalorou, e parece que controvérsia terá um final feliz. Mas até o momento, nenhuma decisão foi tomada.

Aguardamos ansiosamente por esse momento. E se você não consegue esperar, alguns piratas podem ser ainda encontrados no E-Bay, mas não saem por menos de 100 reais. Enquanto isso, vamos cantando: "Zip-a-dee-doo-dah, zip-a-dee-ay!My, oh my what a wonderful day!Plenty of sunshine heading my way...Zip-a-dee-doo-dah, zip-a-dee-ay"

Ficha Técnica
Título Original: Song of the South
Gênero: aventura, animação
Tempo de duração: 94 min
Ano de lançamento (EUA): 1946
Estúdio: Walt Disney Studios
Distribuição:RKO
Direção:Harve Foster e Wilfred Jackson
Roteiro:D.S. Raymond, M. Grant, M. Rapf, Bill Peet, Ralph Wright, G. Stallings (baseado em estória de Joel chandler Harris)
Produção: Walt Disney
Música: Daniele Amfitheatrof, Paul J. Smith e Edward Plumb
Elenco: Ruth Warrick, Bobby Driscoll, James Baskett, Luana Patten, Lucile Watson, Hattie McDaniel, Gleen Leedy, Erik Rolf, Johnny Lee (voz) e Nick Stewart (voz)






Você encontra mais sobre o filme no site www.songofthesouth.net

Até a próxima e boa sessão!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Janela Indiscreta - cada um tem a sua!

E vamos ao Hitchcock...ou melhor, vamos ao que eu considero um dos top 5 hitchcockianos: Janela Indiscreta.

A história desse filme se desenvolve a partir de uma situação que, uma vez ou outra, atormenta nossas vidas: a falta do que fazer. L.B. Jeff Jefferis (James Stewart) é um repórter que, por ter uma perna quebrada, acaba ficando de molho em seu apartamento no Greenwich Village, NY. Com sua capacidade de movimentos reduzida, somado a monotonia, Jeff acaba embarcando numa aventura um tanto quanto indiscreta. Auxiliado por um binóculo, passa a acompanhar todos os momentos da vida de seus vizinhos do prédio da frente. Como bem sabemos, voyeurismo nem sempre acaba bem, e ele acredita que um assassinato possa ter sido cometido em um dos apartamentos.


Esse negócio de vigiar a vida dos outros é sempre um problema, não é mesmo? Pode até ter sido para os personagens desse filme (ou não), mas para nós foi interessantíssimo. Cada janelinha daquela contava uma história diferente. Amor, raiva, suicídio, depressão...quero dizer, é o que se supunha. Nem sempre as coisas são como a gente vê. Como bem disse a enfermeira Stella (aliás, sensacional, as melhoras falas do filme foram dela), que visitava sempre o apartamento para cuidar da perna de Jeff: "Você deveria parar de bisbilhotar, ir lá fora e olhar para dentro da sua própria janela!". Hmm, acho que ela quis dizer que Jeff também tinha seus problemas e defeitos...será que ela estava se referindo ao fato do repórter não dar muita atenção à sua noiva, Lisa, interpretada pela sempre perfeita Grace Kelly?


Bem, achismos à parte, esse filme é maravilhoso, prende a sua atenção do princípio ao fim. Foi uma produção grande para a época - o set foi o maior produzido até então, reproduzindo um quarteirão inteiro da cidade de New York. E pensar que essa maravilha quase caiu no esquecimento. Esse foi um dos "5 filmes perdidos de Hitchcock". Acontece que o diretor comprou os direitos desse e de mais 4 filmes, com o intuito de deixar como legado para sua filha. Esse filme só alcançou o grande público em 1984, 40 anos após a sua produção.

Assistam. vocês não irão achar que foi perda de tempo. Aliás, vocês nem sentirão o tempo passar.

Ah, sabe aquela brincadeirinha de "onde está o Wally-Hitchcock?" Dá pra fazer nesse filme. Se não acharem, voltem aqui que eu conto onde ele aparece. Desde já não, para não estragar a surpresa.

Ficha Técnica
Título original: Rear Window
Gênero: suspense
Tempo de duração: 107 min
Ano de lançamento (EUA): 1954 (relançamento em 1984)
Estúdio: Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures (a remasterização feita em 2000 foi distribuída pela Universal)
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: John Michael Hayes, baseado em estória de Cornell Woorich
Produção: Alfred Hitchcock
Música: Franz Waxman
Elenco: James Stewart (L.B. Jefferis), Grace Kelly (Lisa Carol Fremont), Wendell Corey (Tenente Thomas J. Doyle), Thelma Ritter (enfermeira Stella), Raymond Burr (Lars Thorwald), Judith Evelyn (Srta. Lonelyheart), Ross Bagdassarian (compositor), Georgine Darcy (Srta. Torso), Irene Winston (Anna Thorwald).

P.s.: se você acha que já viu essa história em algum lugar, houve uma refilmagem muito ruim em 1998, com o Christopher Reeve e a Daryl Hannah.

Boa sessão!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A Felicidade Não Se Compra: ninguém é sozinho nessa vida

Meu primeiro review nesse blog foi escolhido a dedo. Aliás, se é que lhes interessa, foi por causa desse review que decidi fazer esse blog (a ideia já rondava minha cabeça a algum tempo). Isto porque poderia ficar eternamente falando de quanto esse filme é maravilhoso: A Felicidade Não Se Compra, de Frank Capra.
Antes de começar a sinopse, deixa eu falar uma coisa: não tenham preconceitos com filmes preto-e-branco. Não é porque não tem cor, que não possam passar emoção e contar uma bela história (acreditem, muita gente tem esse tipo de discriminação).

A felicidade não se compra conta a história da vida do simpático George Bailey. Como definir essa pessoa?Pois bem, imaginem que George Bailey viva nos dias de hoje e tenha um profile no Orkut. Assim sendo, sua comunidade preferida seria “bonzinho só se f...”. Já captaram a mensagem, né?Ele cresceu na agradável cidadezinha de Bedford Falls e sempre foi a mais perfeita das criaturas. Salvou a vida do irmão, ajudou um farmacêutico a não trocar um medicamento por veneno. Muito bom rapaz. Queria ser engenheiro para conhecer o mundo, seu sonho de infância. Mas, às vezes, precisamos desviar do nosso caminho para mantermos os nossos valores. E nenhum dos desvios na vida de George o levou aonde ele queria.


Pobre George. Coitado. Coitado mesmo, pois vemos nas primeiras cenas do filme várias pessoas rezando por ele, na véspera de Natal, pedindo pro seu anjo da guarda ajudá-lo num momento difícil de sua vida. Bom, seu anjo da guarda ouviu. E desceu à Terra, para impedi-lo de tirar sua própria vida. Daí, o bom anjo Clarence mostra ao nosso herói como seria a vida das pessoas se ele não tivesse existido. E aí.....ah, aí vocês tem que assistir!

É uma história magnífica, de um otimismo que toca a gente. Valores como amor, lealdade e honestidade são ensinados de uma forma muito singela. É capaz de você se pegar rezando também para o anjo de George, torcendo para que ele enxergue o lado bom de sua vida. Esse filme deveria constar no currículo escolar.


Uma obra-prima de Frank Capra, que já havia trabalhado com James Stewart em A mulher faz o homem(Mr. Smith goes to Washington). Inclusive, ele faz referência a este filme, quando o policial amigo de George lê um jornal, no qual se lê a manchete: Smith wins nomination. O cenário de Bedford Falls foi um dos maiores feitos na época.

Ficha Técnica
Título Original: It's a Wonderful Life
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 129 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1946
Estúdio: RKO Radio Pictures Inc. / Liberty Films
Distribuição: RKO
Direção: Frank Capra
Roteiro: Frances Goodrich, Albert Hackett e Frank Capra, baseado em estória de Philip Van Doren Stern
Produção: Frank Capra
Música: Dimitri Tiomkin
Elenco: James Stewart (ah, ele quase não aceitou participar do filme, porque tinha acabado de retornar da Segunda Guerra Mundial), Donna Reed, Lionel Barrymore,Thomas Mitchell,Henry Travers, Beulah Bondi,Frank Fayden,Ward Bond,Gloria Grahame, H.B. Warner, Todd Karns, Samuel S. Hinds, Sheldon Leonard
Você encontra o DVD no submarino (http://www.submarino.com.br/) por R$ 37,90 (menor preço encontrado). Como passou semana passada no TCM, acho difícil voltar a passar logo. Mas você pode conferir A mulher faz o homem dia 24/06, às 23:00.

Espero que você se emocione com esse filme tanto quanto eu. Boa sessão!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Bem-vindo ao meu maravilhoso mundo do cinema!

Algumas pessoas já me falaram que eu gosto de cinema mais do que eu deveria. Ou melhor, que eu entendo de cinema mais do que eu deveria. Ora, você só se interessa pelas coisas das quais você gosta, não é verdade?E eu realmente sou apaixonada pelo cinema. Esqueça essa história de sétima arte. Pra mim, é a primeira.

Essa paixão não nasceu de mim, foi cativada. Pelo meu avô. Era a paixão dele, ele passou-a pra mim. Ainda tenho guardados alguns VHS com clássicos como O Mágico de Oz, João e Maria, O maior espetáculo da Terra e Natal Branco, que meu avô gravava pra mim. Infelizmente, ele não chegou a presenciar o nascimento do dvd, mas aposto que ele ficaria maravilhado com as adaptações e remasterizações dos seus amados filmes.

Então, eu amo o cinema, mas não sou como a maioria dos entendedores (ou aqueles que se dizem). Tudo bem que eu entendo tanto quanto eles, conheço os diretores, os estúdios, os compositores e tudo mais. A diferença é que vejo os filmes de outra forma. Pra mim, um bom filme é aquele que te cativa, que mexe com você: tez faz rir, chorar, assustar-se, revoltar-se....essas, pra mim, são as boas histórias. Nada dessa história de ator ruim, diretor ruim, blockbusters nunca prestam e todos os estereótipos que se formaram na cabeça da "gente que entende".

Daí, eu te prometo assim: se eu gostei de um filme, eu vou mostrar pra vocês, esperando que causem em você as mesmas emoções que causaram em mim. E vou mais fundo ainda: talvez algumas dessas histórias mudem as suas vidas. Talvez algumas dessas histórias virem pra você uma válvula de escape, aquilo que você precisa ver quando esteja se sentindo triste ou desanimado. Tomara que, assim, você se torne um amante do cinema assim como eu (se já não é)!

Ah, só mais uma coisinha. Me conte o que vocês acham do filme, mesmo discordando de mim.Afinal, gosto não se discute.

Espero que façamos uma boa jornada juntos. Até a próxima e boas sessões!

Grande abraço,

Priscilla.